O Brasil arrecadou mais de 3 trilhões em 2025. O que daria pra fazer com esse dinheiro?

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O impostômetro passou da marca de 3 trilhões de reais arrecadados em 2025. Três trilhões. É um número tão grande que parece inventado. Se alguém gastasse 1 real por segundo, levaria mais de 95 mil anos pra atingir esse valor. A pergunta não é como o país arrecada tanto, mas o que faz com isso.

Três trilhões: um número que não cabe na cabeça 

A cifra impressiona, mas ela só faz sentido quando comparada com a realidade ao redor. Segundo a ONU, o custo estimado para erradicar a fome no mundo é de 40 bilhões de dólares por ano, o que equivale a menos de 5% do que o Brasil arrecada em impostos em um único ano. Em outras palavras, com o valor coletado em 2025, daria pra acabar com a fome global por mais de 70 anos (e ainda sobraria pra reformar algumas rodovias, quem sabe até concluir uma obra pública antes da próxima eleição).

O contraste é brutal. Enquanto o país arrecada como potência, entrega como promessa. O Brasil parece sempre prestes a resolver seus problemas, mas nunca chega lá. Parte do dinheiro se perde em burocracia, parte em ineficiência, e uma boa fatia simplesmente se dissolve em estruturas que custam caro e entregam pouco.

Imposto demais, retorno de menos 

O brasileiro paga imposto em absolutamente tudo. No salário, no pão, no combustível, na energia, no aluguel, na comida e até no sonho de empreender. E, apesar disso, o retorno ainda vem em conta-gotas. O imposto é o preço da civilização, mas, por aqui, parece mais o preço de um sistema que não funciona direito (e cobra caro por isso).

A falta de transparência e a ineficiência do gasto público alimentam uma sensação coletiva de injustiça. O cidadão vê seu dinheiro escorrendo por caminhos que não conhece e, muitas vezes, financia estruturas que não o beneficiam.

O Brasil arrecada como se fosse um país escandinavo, mas entrega serviços como se ainda estivesse em construção. A diferença é que, por aqui, a “obra” parece eterna.

image-26 O Brasil arrecadou mais de 3 trilhões em 2025. O que daria pra fazer com esse dinheiro?

O ciclo vicioso da arrecadação sem propósito 

O governo arrecada para investir, mas investe mal, o que reduz a produtividade, o que exige mais arrecadação, e o ciclo recomeça. É como se o país estivesse preso num loop de promessas e desperdícios.

Enquanto isso, os empreendedores seguem pagando a conta. São eles que sustentam boa parte da arrecadação via folha de pagamento, tributos indiretos e obrigações acessórias. E, ironicamente, são também os que mais sofrem com a falta de retorno: infraestrutura precária, crédito caro, instabilidade fiscal e uma carga tributária que muda de formato a cada nova gestão

O desafio não é arrecadar mais, é gastar melhor 

O Brasil não precisa de um imposto novo, precisa de eficiência fiscal. Precisa saber onde cada centavo está indo e o que está voltando em troca. Arrecadar é fácil e o impostômetro comprova isso ano após ano. Difícil é transformar trilhões em resultado, impacto e dignidade.

Enquanto isso, o cidadão comum segue pagando caro pra existir (e ouvindo que o problema é “não saber votar”).

Talvez o impostômetro precise de um complemento: um “retornômetro”, pra mostrar o que de fato volta. Aí sim, daria pra entender se esses 3 trilhões valem o preço que a gente paga.

1 comentário

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Jorge Martínez Jr

Se mataria a fome do planeta (196 países), pq ainda temos falta de saneamento básico do Brasil? (01 país)

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